O desfile da última coleção masculina da grife Alexander McQueen aconteceu numa igreja desconsagrada, a Welsh Chapel, na qual Sarah Burton demonstrou suas criações monocromáticas, compostas por longos trenchcoats acompanhados por kilts que já haviam aparecido outrora numa coleção feita por Lee McQueen. Segundo a designer, esta é uma coleção nostálgica, que não apenas faz referência à história da marca, mas também à da capela e à vizinhança do Soho que está em volta dela.

A Welsh Chapel foi durante oito anos, em Londres, o que o clube Limelight era em Nova Iorque. Naquela noite de desfile, a capela retomou seu ar sombrio e as caixas de som tocaram Bela Lugosi's Dead para que os modelos entrassem e mostrassem o trabalho de Burton, inspirada pela obra de fotógrafos como John Deakin, que registrou a arte da cena do Soho, nos anos 50. Naquela época, Deakin capturou a figura de um jovem Lucian Freud vestido num treachcoat, "sincero, belo e melancólico", como descreve Burton, e assim ela transparece em sua coleção, acrescentando zíperes e mais outros adereços que não só dão um quê do punk e do gótico, como trazem uma poesia, num dos casacos, especificamente a escritura de um poema de guerra escrito por Oliver Bernard, que também foi fotografado por Deakin.